Marketing Opus 05/02/2019

Entenda como e por que fazer a análise comportamental da equipe

Cada profissional tem suas próprias características de vivência, formação e currículo, mas todos se encaixam em quatro perfis específicos e bem definidos. Para conhecê-los, é importante fazer uma análise comportamental da equipe.

Compreender a base da conduta humana é uma ferramenta essencial para aumentar a produtividade de qualquer setor de uma empresa. Um gestor capaz de antecipar as reações da equipe de trabalho raramente é surpreendido e pode organizar e planejar as atividades da melhor forma, de modo a cumprir com todas as metas estabelecidas pela organização.

A gestão comportamental é uma forma de conduzir o capital humano das companhias. O foco é sempre nas pessoas e a proposta é atuar em todas as fases dos profissionais na instituição. Com essa ferramenta, é possível fazer contratações mais adequadas, compreendendo qual o perfil comportamental dos candidatos previamente selecionados.

Pensando nisso, este artigo serve de guia para você fazer uma análise comportamental da equipe de forma a gerir os seus integrantes com mais eficiência e eficácia. Vamos abordar o que é e como fazer essa análise, os motivos pelos quais ela deve ser feita e os principais perfis comportamentais. Boa leitura!

O que é a análise comportamental?

Cada pessoa tem habilidades e competências únicas. Elas são construídas de acordo com as experiências e vivências ao longo dos anos. Além disso, as formações acadêmicas e técnicas colaboram para adaptar esse indivíduo, o que repercute diretamente no âmbito corporativo.

Para as empresas, o ideal é conseguir equilibrar os diferentes tipos de comportamentos para elevar a produtividade das equipes e garantir o alcance de bons resultados. Para isso, existem duas possibilidades:

  1. reconhecer os perfis já existentes na organização, para elaborar um processo de recrutamento mais direcionado;
  2. ajudar os colaboradores atuais a extraírem o melhor dos seus potenciais.

A análise comportamental é uma forma de avaliação que compreende a observação das particularidades de cada indivíduo. Entre elas, estão as qualidades, defeitos, virtudes, vulnerabilidades, pontos fortes e fracos.

O objetivo é atingir uma maior assertividade na rotina de cada um, causando impactos positivos na busca pelos melhores resultados. Na prática, a ideia é contribuir para que seja possível entender melhor quem se é, além de compreender como suas características individuais podem ser fortalecidas para o empoderamento pessoal e profissional.

Dessa forma, a análise comportamental da equipe não pode ser feita de maneira superficial e deve se basear em um estudo mais aprofundado. A razão para isso é que existem diversos fatores que regulam o nosso perfil.

O comportamento das pessoas é reflexo de todas as suas influências internas (como modo natural de ser, perceber, sentir, se relacionar e entender o mundo e as pessoas ao redor) e externas (família, amigos, religião, sociedade, meio etc). Essa conduta ajuda a explicar nossa forma de lidar com os problemas e as maneiras que tomamos decisões.

Compreender esses aspectos é essencial para conduzir suas competências de acordo com as metas que se pretende atingir — em qualquer âmbito. Por esse motivo, a ferramenta de análise comportamental tem sido muito usada nos ambientes organizacionais.

Essa é uma situação natural, pois o mercado atual está cada vez mais competitivo e dinâmico. Assim, novas formas de se obter mais produtividade são buscadas, da mesma maneira que o capital humano é mais valorizado e ganha mais espaço nas corporações.

Como resultado, as técnicas relacionadas à gestão de pessoas tornaram-se populares entre as organizações de todos os ramos do mercado. Para isso, é necessário determinar e entender os perfis comportamentais dos colaboradores.

Quais são os seus principais benefícios?

A análise comportamental da equipe apresenta diversos benefícios para as empresas que a entende e a coloca em prática. Alocar os colaboradores corretamente é essencial para aumentar a produtividade, valorizar as habilidades individuais e satisfazê-los.

No processo de recrutamento e seleção, as entrevistas podem ser direcionadas de acordo com o mapeamento prévio realizado nos setores. Assim, é possível saber qual perfil comportamental seria interessante atrair.

Confira, a seguir, as principais vantagens da análise comportamental nas empresas.

Redução da rotatividade de pessoal

As trocas constantes de colaboradores tendem a ser um grande problema para as empresas, especialmente quando isso se torna rotina e os altos índices de turnover começam a representar prejuízos à companhia.

Em geral, essas perdas financeiras acontecem por causas trabalhistas e pelo investimento em treinamentos que não serão mais utilizados. E isso tem tudo a ver com a análise comportamental. Afinal, quando a companhia se preocupa em traçar a descrição do perfil de comportamento dos seus colaboradores, ela passa a ter uma identidade para preencher as vagas ociosas.

Dessa forma, é possível realizar contratações mais precisas e, ainda, saber quando é necessário promover alguém da equipe ou planejar estrategicamente maneiras de explorar ao máximo o potencial de cada um.

Otimização do trabalho

Como vimos, fazer o perfil comportamental da equipe de trabalho é uma boa maneira de otimizar os resultados e elevar o desempenho dos colaboradores. Uma boa análise de cada um dos profissionais serve como apoio para entender em quais tarefas eles precisam melhorar.

Dessa forma, é possível oferecer formações e cursos específicos às necessidades da empresa. Afinal, de nada adianta encaminhar os colaboradores para palestras, aulas e wokshops que pouco tenham a ver com a área em que eles atuam.

Disponibilizar uma formação apenas por ter o entendimento de que é preciso oferecer algo às equipes não faz mais sentido. É fundamental otimizar a produtividade e dar oportunidades reais para que as pessoas cresçam, sem transformar as capacitações em momentos burocráticos obrigatórios. O ideal é lembrar que, conforme o colaborador cresce, a empresa se desenvolve junto.

Redução de gastos

Economizar tempo e dinheiro é uma das metas mais importantes para as organizações que desejam crescer e adquirir vantagens competitivas no mercado. Para isso, a avaliação do perfil comportamental pode ser um fator decisivo nesse processo, ajudando os gestores a minimizar os erros na hora de escolher um novo colaborador.

É mais proveitoso gastar algum tempo traçando um bom perfil comportamental e entendendo as necessidades das empresas do que perder dinheiro com atitudes erradas.

Por isso, dedique mais prazos na organização das técnicas e metodologias usadas para lidar com os profissionais sem esquecer que cada indivíduo tem suas particularidades, por isso, apresentarão atitudes diferentes para cada situação.

Diminuição de conflitos

Quando mal administrados, profissionais com personalidades extremamente diferentes — ou até mesmo iguais, mas muito competitivas — podem entrar em conflitos por diversos motivos. Colocar essas pessoas para trabalhar em uma mesma equipe ou projeto pode ser um grave erro.

Nesse sentido, as análises comportamentais são úteis, inclusive, para apontar esses focos de divergências antes mesmo que elas aconteçam. Para isso, é necessário identificar o posicionamento de cada indivíduo e buscar formas de separar os focos de possíveis problemas.

Não deixe de alertar as lideranças dos setores e oferecer informações sobre como trabalhar com cada tipo de profissional, de modo a impedir divergências de ideias que possam estar em curso ou evitar discordâncias futuras.

Quais são os principais perfis comportamentais?

Primeiro, é importante entender o que é o perfil comportamental. Esse conceito representa a forma utilizada para compreender as posturas adotadas por alguém diante de determinadas situações. Dessa forma, é possível identificar e prever quais serão as reações de um colaborador diante de um contexto específico.

Existem pessoas que trabalham melhor e são mais produtivas sob pressão. Outras, no entanto, preferem resolver todos os problemas com antecedência e com calma. Também é possível encontrar indivíduos com pouca inteligência emocional para enfrentar críticas. Para cada um desses perfis, é preciso saber como extrair seu potencial máximo.

Portanto, é possível perceber que a personalidade afeta diretamente a postura do colaborador. Além disso, seu conhecimento e suas experiências profissionais também têm um impacto importante nas ações. O perfil, então, sofre influência das competências técnicas e comportamentais.

São esses elementos que fazem um profissional ser adequado e completo para determinada função. Se ele for designado para um cargo diferente do esperado, o resultado tende a ser a ausência de engajamento e a desmotivação com a empresa.

Existem, basicamente, quatro perfis comportamentais. Em geral, apenas um deles é predominante em qualquer pessoa e tem grandes chances de determinar a atitude do indivíduo. A teoria pode ser aplicada no âmbito dos negócios para a análise comportamental da equipe. Conheça cada um deles a seguir.

Arriscado

Equipes que contam com muitas pessoas arriscadas geralmente buscam resultados de forma entusiasmada. Os indivíduos com esse perfil são mais diretos e objetivos, não gastam tempo com detalhes e são muito focados na realização de uma tarefa.

Essas pessoas são determinadas e poucas vezes desistem dos seus objetivos, mesmo quando eles parecem ser inatingíveis ou desnecessários. A ambição e os desafios são os maiores motores que incentivam os arriscados, que também necessitam de liberdade de ação para se desenvolverem.

Equipes de trabalho com um caráter muito arriscado provavelmente cumprirão com suas obrigações, mas não vão seguir as orientações dos gestores. Ao mesmo tempo, as pessoas podem deixar de trabalhar em união com outras áreas, ou se tornarem dispersas dentro de um grupo, pois confiam demais nas próprias capacidades.

Em contrapartida, times que precisam de mais arriscados costumam ser menos empreendedores e tendem a ponderar muito antes de tomar uma decisão. Esses grupos também podem se sentir intimidados e acuados frente às metas e também em relação aos clientes ou fornecedores.

Extrovertido

Quem tem um perfil majoritariamente extrovertido é mais desenvolto, exercendo empatia e influência sobre os colegas, além de ser mais comunicativo e criativo. Elas podem ser usadas como mecanismos de sociabilização em equipe, fazendo com que os membros fiquem mais unidos, o que gera um ambiente mais descontraído, no qual a comunicação acontece de forma mais autêntica.

A integração deve ser feita com cautela, pois embora os extrovertidos transmitam energia, eles não necessariamente privilegiam os resultados e, em geral, apresentam grandes dificuldades em cumprir cronogramas, procedimentos e normas. Eles são bons em motivar, mas nem sempre conseguem seguir algo à risca.

Equipes com poucas pessoas com esse perfil costumam não se comunicar bem com os outros setores da organização, além de ter moral mais baixa e não desempenhar as obrigações de forma empolgante. A falta de um extrovertido ainda pode arruinar a autoconfiança da equipe.

Por outro lado, times que contam com um caráter extrovertido muito intenso podem se comprometer com mais do que realmente conseguem entregar. Com isso, tendem a ignorar regras dos superiores e têm temperamento com pouco autocontrole, por serem mais impulsivos.

A organização chega a falhar e os atrasos podem ser frequentes em compromissos e entregas, com o risco de que o projeto não seja concluído. O motivo para isso é que pessoas com esse perfil se chateiam com facilidade e perdem o interesse pelas metas ou atividades.

Paciente

Pessoas com caráter paciente são calmas e confiáveis. Embora sejam menos comunicativas, tendem a serem de fácil convivência. Em geral, evitam conflitos diretos e têm um acentuado senso de justiça.

Na realização das tarefas diárias, elas agem com tranquilidade, mas podem adiar ações em defesa de uma melhor estratégia ou de um planejamento mais refinado, ainda que a necessidade de resultados seja urgente.

Essas pessoas influenciam grupos à medida que estabilizam conflitos e aproximam todos para um ponto de equilíbrio. O paciente é fiel à empresa e pode funcionar como um bom canal de contato e acompanhamento dentro de um time, dando informações e feedbacks.

Entretanto, o paciente tende a ser pessimista e receoso, o que precisa ser trabalhado. Essas características podem ser atenuadas com a presença de um forte comunicador na mesma equipe.

Setores com pacientes não causam muitos problemas, mas nem sempre produzem resultados excelentes. Muitas resoluções permanecem em constante avaliação até que alguém com caráter mais dominante tome as decisões.

Normas

O norma nunca deixa passar detalhes. Para pessoas com esse perfil, tudo deve ser feito de forma metódica, seguindo uma rotina e oferecendo segurança, perfeccionismo e garantias. Para esses indivíduos, a pressão causa um efeito mais forte. Quando muito pressionados, os normas tendem a sair de perspectiva, abandonando todas as tarefas pela metade.

Grupos de trabalho que precisam de um alto grau de aprofundamento costumam ter muitos analistas. Pela perspectiva positiva, essas equipes desenvolvem trabalhos bem-feitos e praticamente sem erros. Porém, sem decisão ou comando, acabam perdendo tempo no desenvolvimento de tarefas que não precisam conter todos os detalhes ou serem levadas à risca.

A grande cautela pode resultar em situações estressantes. Posteriormente, parte do trabalho tende a ser ignorado em busca de uma maior produtividade. Times de normas podem ser indecisos e poucos práticos em alguns contextos.

O excesso de orgulho é outro ponto importante. Por mais que o trabalho de um norma seja quase perfeito, ele enxerga suas ações de uma forma extremamente crítica. Porém, a falta desse perfil na empresa — em especial em áreas ligadas à pesquisa e ao conhecimento —, pode criar resultados inúteis, mal realizados e sem embasamento científico.

Como fazer um teste de perfil comportamental?

Como vimos, é possível partir de quatro perfis comportamentais para gerenciar os colaboradores de forma individual. Mais que isso, é possível criar equipes equilibradas e vencedoras, capazes de impulsionar o negócio sem a necessidade de reciclagens constantes, estratégias complexas de recursos humanos ou rodadas de substituição de profissionais.

Confira como fazer um teste comportamental com a sua equipe!

Mapeamento de perfil

Muitos profissionais têm capacitação técnica adequada para a vaga, porém, em alguns casos, o perfil comportamental não é o desejado. Para entender isso, é necessário fazer uma análise para identificar esse comportamento e reconhecer o que mais se encaixa na empresa.

Por meio desse mapeamento, o responsável pelo recrutamento pode entender quais são, de fato, os pontos fortes e fracos dos candidatos. Assim, é possível identificar suas aptidões e constatar se elas são satisfatórias para as obrigações do cargo ao qual está concorrendo.

Antes de abrir novas vagas, esse mesmo mapeamento de perfil deve ser feito na equipe já contratada.

Aplicação da Análise de Perfil Comportamental

A execução de uma gestão de conduta na empresa envolve diálogos e entrevistas que visam conhecer as habilidades, os potenciais e as limitações dos colaboradores, além das dificuldades enfrentadas por eles na rotina de trabalho. Existem diversas ferramentas tecnológicas que ajudam na construção dos relatórios comportamentais e na análise dos resultados.

As entrevistas comportamentais são muito importantes nessa etapa. Com elas, é possível conhecer como o profissional se saiu em determinada situação. Com essa informação, o analista pode conhecer suas competências e entender como ele age diante de desafios e frustrações, como lida com obstáculos e prever sua reação em outras ocasiões.

Depois, é importante fornecer feedbacks honestos e regulares. O trabalho deve ser feito tanto com as lideranças quanto com os administrados, e precisa ser contínuo, gradual e em longo prazo.

Estímulo à cooperação

Trabalhar com o controle das tensões emocionais na empresa também é fundamental. O processo passa pela compreensão do estado emocional, pela demonstração funcional e saudável, pela busca de caminhos para solucionar os problemas e pelo domínio das emoções que prejudicam a execução das tarefas.

A promoção de diálogos entre os trabalhadores e o estímulo à cooperação são essenciais para evitar desgastes na convivência, o que prejudica a produtividade, por exemplo. Incentivar a motivação dos colaboradores é fundamental, pois são eles que estimulam a companhia.

Estabelecer um ambiente mais espontâneo, com a possibilidade de falar sobre o trabalho e conscientizar os profissionais sobre a importância do seu papel na organização é uma boa maneira de manter o interesse e a motivação.

Criar eventos que envolvam diversão e dinâmicas em grupo é uma forma interessante de cativar mais a equipe e desenvolver um ambiente de trabalho mais criativo, leve e produtivo.

Aferição dos resultados

A análise comportamental da equipe é importante para contribuir na revisão do desempenho de cada colaborador no trabalho, analisar condutas, perceber acertos e erros e procurar pelas possíveis causas para os principais problemas da empresa. A comparação entre os comportamentos ideais e reais para os cargos auxilia nessa avaliação.

Depois de analisar os resultados, é possível fornecer um feedback no qual os dois lados discutem os pontos positivos e negativos da performance no trabalho. Outra opção é dar um retorno a partir de várias fontes, como outros colaboradores, superiores e clientes.

Esse método é muito interessante para informar ao profissional qual é a opinião geral sobre o seu trabalho, o que traz mais comprometimento e segurança para o cumprimento das metas da empresa.

É fundamental que a linguagem seja simples e acessível, o que ajuda o profissional a se sentir mais à vontade. Sempre que o setor de RH aplicar estratégias comportamentais para proporcionar melhorias na empresa, esse tipo de avaliação deve ser feito com o time.

Assim, é possível entender como eles se sentem com as mudanças. A escala de satisfação no trabalho é outra ferramenta que pode ser usada. Se for viável, dialogue com alguns membros da equipe e questione sobre a motivação e outros fatores que afetam o trabalho. Essa é uma boa maneira de saber mais sobre importantes fatores da companhia.

Do mesmo modo, a avaliação da qualidade do trabalho e da produtividade pode se basear especialmente nos feedbacks dos clientes e na contabilização dos progressos ou decréscimos nos lucros.

A análise comportamental da equipe é importante para conhecer o perfil dos colaboradores e fazer novas contratações de acordo com o que a empresa precisa. A ferramenta é fundamental para identificar habilidades, desenvolvê-las e alcançar melhores resultados. Logo, é possível ter um grupo de trabalho mais equilibrado e de alto desempenho.

A pessoa certa na posição certa, os resultados serão extraordinários! A pessoa certa na posição errada, os resultados serão muito ruins!

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