No filme: “A substância”, Elisabeth Sparkle é uma celebridade que apresenta um programa de dança na TV. No entanto, sua carreira chega ao fim após o produtor decidir que ela estava velha demais para apresentar o programa. É então que ela perde seu emprego e passa a se sentir mal com a sua aparência e a sua idade, criando uma série de paranoias. Após esse episódio, a personagem conhece “A substância”, uma droga que promete melhorar a aparência e tornar as pessoas mais jovens. Elisabeth é uma personagem única, que sofre com problemas bastante comuns na atual sociedade e suas características podem ser observadas e analisadas com base na ferramenta de análise comportamental PDA.

No filme, o perfil de Elisabeth é marcado por uma intensa luta entre aceitação e rejeição de si mesma. A personagem tem grande dificuldade em aceitar seu envelhecimento, preferindo assumir o risco de usar a substância a ter que se conformar com o desenvolvimento natural de seu corpo. Essa característica pode ser observada no eixo de Risco, da ferramenta de análise de comportamento PDA. O eixo de risco caracteriza aquelas pessoas que não têm medo de enfrentar novos desafios e assumir riscos, é o que a personagem faz quando decide fazer uso da substância, apenas por acreditar no que aquela droga prometia aos usuários.

Elisabeth também apresenta uma grande fragilidade emocional, especialmente quando é confrontada com o seu envelhecimento. Durante a trama, a personagem reflete diversas vezes sobre as pressões sociais e culturais voltadas à beleza e juventude, fazendo com que seja evidente sua dependência de validação externa.
A extrema valorização da aparência e a busca pelo corpo ideal, aquele jovem e belo, são observadas na personagem, destacando como ela é obcecada pela perfeição. Essa característica também é encontrada nos eixos de análise comportamental da ferramenta PDA, mas essa, especificamente, no eixo de Norma, no qual o perfeccionismo está entre as qualidades presentes no respectivo eixo.

A personalidade de Elisabeth também reflete seu orgulho profissional e o seu desejo em ser reconhecida e valorizada pelo seu trabalho. Muitas vezes a personagem esconde seus próprios sentimentos atrás de sua aparência para não ter que confrontá-los. Ela relembra seu passado e romantiza sua juventude, usando isso como ponto de comparação constante. Durante essa jornada, Elisabeth tenta melhorar seus próprios valores e limitações, ficando cara a cara consigo mesma, mesmo que isso seja doloroso, uma vez que a personagem sente dificuldade para encarar a realidade.

Impulsiva, ela busca se adaptar às situações extremas somente para se sentir importante. À medida que sua transformação afeta suas relações pessoais, Elisabeth cria consciência e reflete sobre o que realmente importa. Assim, ela também expressa sentimentos de solidão e isolamento emocional, causados pela perda de sua identidade.

De modo geral, as características presentes na personagem se aproximam das encontradas nos eixos de Risco e Norma, da ferramenta de análise comportamental PDA, devido à sua coragem para enfrentar os desafios e sua obsessão pela perfeição. Com relação aos eixos de Paciência e Extroversão, o perfil da personagem se mantém distante, uma vez que ela não demonstra paciência para lidar com as situações adversas e não apresenta bons relacionamentos interpessoais, se mantendo isolada emocionalmente devido à sua aparência.